A principal motivação do EVOA é a conservação da avifauna, em especial da Reserva Natural do Estuário do Tejo, mas, considerando que grande parte das aves que aqui se encontram são migratórias, esperamos contribuir para a conservação das populações da Rota Migratória do Atlântico Leste.
Podemos referir 4 grandes áreas de atuação que contribuem para a conservação da vida selvagem:
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Fig.1 Ação de plantação de nas lagoas em 2012 |
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Fig.2 Ação de controlo de caniço em julho de 2019 |
1. Gestão dos habitats para as aves
Os 70 ha de lagunas costeiras, de modo a manterem a sua função enquanto área de refúgio de maré para as limícolas, de refúgio para muda dos anatídeos ou mesmo local de nidificação para diversas espécies, necessitam de uma monitorização e controlo regular dos níveis e qualidade da água, bem como da quantidade e diversidade de vegetação.
As necessidades das aves alteram-se ao longo do seu ciclo fenológico, isso implica ajustes dramáticos nos níveis da água nas lagoas, emergindo ou submergindo as ilhas, reduzindo ou aumentando as áreas com profundidades superiores a 1 metro.
Relativamente à qualidade da água das lagoas, considerando que se trata de um ecossistema lêntico, deverá ser dada especial atenção a indícios de excessiva eutrofização do meio.
Por outro lado, é fundamental analisar diversos parâmetros da qualidade da água ao longo do ano, para melhor compreender como o sistema funciona, relacionando, sempre que possível, com parâmetros biológicos, tais como a densidade de fito e zooplâncton.
Quanto à gestão da vegetação, esta é fundamental para:
– Atrair as aves, servindo de alimento, refúgio ou local de nidificação a várias espécies;
– Melhorar a qualidade da água;
– Ocultar os visitantes nos percursos e tomadas de ponto de vista, mantendo a tranquilidade das aves;
– Manter áreas adequadas para a nidificação (março a junho).
2. Atividades de monitorização e apoio a projetos de investigação
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Fig. 3 Anilhagem de garçote, Ixobrychus minutus |
Aumentar o conhecimento sobre a fenologia das espécies ou os locais de passagem migratória contribui para a melhor adaptação das medidas de gestão e até para a criação de legislação mais adequada, quanto à proteção desses locais a nivel nacional e europeu, por exemplo, na adequação dos calendários cinegéticos, contribuindo para a manutenção de populações saudáveis e equlibradas.
Por este motivo, o EVOA monitoriza semanalmente as aves presentes nas lagoas e é considerado uma Estação de Esforço Constante na anilhagem científica das aves.
Contribui também para o desenvolvimento de projetos de investigação associados à migração de anatídeos e limícolas, sobre os quais falaremos com mais detalhe em artigos futuros. Por outro lado, participa em ações específicas de projetos de conservação para espécies-alvo como a águia-pesqueira, Pandion haliaetus, e a águia-perdigueira, Aquila fasciata.
3. Medidas específicas para promoção do sucesso reprodutor de espécies-alvo
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Fig. 4 Perdiz-do-mar, Glareola pratincola (c) Vitor Manike |
Espécies como a perdiz-do-mar, Glareola pratincola, têm vindo a escolher, quando as condições são favoráveis, algumas ilhas das lagoas do EVOA como local de nidificação, o que exige uma ação concertada e específica para que esta espécie, considerada vulnerável, tenha um bom sucesso reprodutor.
4. Sensibilização e educação ambiental junto de alunos e famílias
Sendo o EVOA um espaço que realiza atividades de Turismo de Natureza e de Educação Ambiental, o seu papel na sensibilização da população quanto à importância da vida selvagem está sempre presente em todas as suas atividades, procurando contribuir para uma sociedade ambientalmente mais consciente e ativa. Poderá consultar os nossos programas escolares e de visitação aqui no site.