História

A Ideia

  • 2000

    Na génese do EVOA está uma proposta efetuada pela Aquaves - Associação de Conservação e Gestão de Ambientes Naturais à Companhia das Lezírias, S.A. para a implementação de estruturas de interpretação da natureza na Ponta da Erva, Reserva Natural do Estuário do Tejo.

  • 2001

    A Companhia das Lezírias, proprietária dos terrenos, mostrou interesse em colaborar em projetos de caráter ecológico que contribuam para a valorização da RNET, preservação das espécies animais nela existentes, e para um melhor conhecimento pelo público em geral da reserva e das atividades da Companhia dentro desta.

  • 2007

    Estabelecimento de parceria através da assinatura de protocolo entre a Companhia das Lezírias, S.A., Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Liga para a Protecção da Natureza, Aquaves e Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira.

  • 2008

    A Brisa – Autoestradas de Portugal, S. A., patrocinador fundador, apoiou financeiramente a Companhia das Lezírias na execução do EVOA, no âmbito da iniciativa “Business and Biodiversity”. Com este cofinanciamento foi possível submeter o Projeto EVOA ao PORLisboa/QREN.

  • 2009

    A candidatura é aprovada.

A Execução

O projeto EVOA engloba:

  • Três zonas húmidas de água doce com profundidade variável e ilhas no interior, dotadas de vários tipos de habitats, observatórios e percursos camuflados.
  • Centro de interpretação ambiental destinado à receção de visitantes, com sala de exposições, sala multiusos, zona de acolhimento, cafetaria, loja e instalações sanitárias.
  • Salina da Saragoça, com a reabilitação das suas compostas, pretende ser um habitat de refúgio e nidificação privilegiada.

Lagoas

As três zonas húmidas de água doce (lagoas) criadas ocupam cerca de 70 ha e têm superfícies emersas, profundidades e geometrias variáveis.

As lagoas proporcionam assim ambientes diversificados, adequados a diferentes grupos de aves, não só invernantes, mas também nidificantes (anatídeos, ardeídeos, limícolas, passeriformes).

A particularidade do Projeto EVOA e a sua maior complexidade está associado à criação e recuperação de habitats aquáticos para as aves.

As lagoas, os acessos, os observatórios e o sistema de gestão da água do EVOA baseiam-se na consultoria realizada à WWT - Wildfowl and Wetlands Trust, entidade com larga experiência na conceção e gestão de zonas húmidas.

  • Modelação do Terreno

    Os trabalhos de movimentação de terras destinaram-se a criar locais atrativos para aves selvagens, típicas de zonas húmidas, e simultaneamente boas condições de observação.

    A modelação do terreno para a criação das lagoas teve por base as orientações do estudo encomendado à WWT - Wildfowl and Wetlands Trust, e teve início em 2009 e conclusão em 2010.

    A modelação de terreno permitiu, também, criar caminhos pedonais para percursos pedestres em volta das lagoas, que pontualmente têm pontes e passadiços. O seu acesso é camuflado por barreiras de terra, vegetação e paliçadas, existindo alguns pontos de observação, complementados com três observatórios, um em cada lagoa, para potenciar as hipóteses de visualização da avifauna.

     

  • Plantação de Vegetação

    De modo a garantir a atractividade os habitats criados para as aves, foi necessário replantar as espécies autóctones, como a tamargueira (Tamarix sp.), triângulo ou junquilho-dos-salgados (Bolboschoenus maritimus) e bunho (Schoenoplectus sp). No plantio foram privilegiados exemplares originários da zona do projeto.

    Os caniços, dominantes na região, foram colocados na margem norte do lago principal, local de entrada de água, constituindo, assim, a “estação de tratamento” dos afluentes. Outras áreas de caniço permitem resguardar áreas sensíveis. A tamargueira (Tamarix sp.), por seu lado, é muito útil na fixação das margens.

  • Gestão de Água

    A água que alimenta as lagoas tem origem na vala principal (Mar de Cães) do aproveitamento hidroagrícola da Lezíria e é, também, para esta vala que sai no final do sistema de lagoas. A adução da água para as lagoas faz-se por gravidade, através de duas comportas - na Lagoa Principal e na Lagoa Grande. Duas outras comportas permitem a passagem de água entre a Lagoa Principal e as lagoas Grande e Rasa. A comporta de entrada na Lagoa Principal, as duas entre esta e as lagoas Grande e  Rasa e a comporta de saída são automatizadas, controláveis à distância e dotadas de sondas que permitem medir vários parâmetros da água que irá entrar ou sair. Existem mais uma comporta de saída, manual, destinada a situações de emergência , na lagoa Principal.

    A gestão da água tem em consideração três preocupações principais: o controlo das características físico-químicas e bacteriológicas da água, o controlo da vegetação e a própria altura da lâmina da água. Pela influência que as condições meteorológicas têm naqueles fatores, a gestão da água tem que se adaptar às estações e à sua variabilidade, bem como às preferências das diferentes espécies de aves. A observação constante e as análises de água regulares permitem fazer uma gestão da água que evite problemas sanitários ou de acumulação excessiva de matéria orgânica que possam provocar eutrofização.

  • Observatórios

    As três lagoas do EVOA estão dotadas de infra-estruturas para observação das aves.
    A localização dos observatórios permite que os visitantes desfrutem de um olhar privilegiado sobre as lagoas, acautelando a tranquilidade das aves e optimizando a qualidade da observação.
    Os observatórios da lagoa principal e rasa foram concebidos de modo a acomodar, com conforto, grupos de 15 pessoas, e, a permitir que todos observem em simultâneo o que ocorre na lagoa.
    Por outro lado o observatório da lagoa grande, está direccionado para observadores e profissionais mais experientes.

Centro de Interpretação

O Centro de Interpretação do EVOA para além de receber e apoiar os visitantes, permite desenvolver diversas actividades de lazer, sensibilização e educação ambiental.

O Centro dispõe de um espaço expositivo permanente e uma área para exposições temporárias, auditório/ sala multiusos, bar com uma vista privilegiada sobre as lagoas, loja e instalações sanitárias.

O Centro de Interpretação, permite assim enquadrar e sensibilizar os visitantes relativamente aos aspetos únicos desta área protegida, da sua avifauna e dos seus valores naturais e culturais.

Exposição Permanente

EVOA, Onde o Mundo Encontra o Tejo

A exposição foi concebida de modo a envolver o visitante numa viagem pela cultura e hábitos da região, pelas épocas, estações e marés, pelos habitats existentes entre o estuário e a lezíria e pelo mundo, acompanhando as aves ao longo da sua migração.

Através de filmes, imagens, mapas, esquemas, ilustrações e jogos, o visitante apercebe-se da diversidade e riqueza dos valores ambientais, agrícolas e culturais do Estuário do Tejo.

Ao concluir esta viagem, o visitante terá um novo e mais atento olhar sobre as aves, o estuário e a lezíria, constituindo um instrumento fundamental na sensibilização e no apoio à interpretação.


Salina de Saragoça

A Salina de Saragoça procura ser um habitat de refúgio de espécies invernantes e uma zona de nidificação privilegiada de anatídeos. Nestas salinas foram reabilitadas as suas comportas.